Oh! Negros e esvoaçantes cabelos...
Nenhuma expressão, olhos vazios...
essa é a máscara da morte!
Negras, brilhantes e fulgurantes asas
retirem-me deste pântano humano!
Liberte-me do cárcere corporal!
Vós, vendo-me maltrapilha
esgotada e aflita
elevando as mãos
Em ardente suplica
ouça-me, ó Anjo Libertador,
o Ceifador divino.
Rompa de vez
o grilhão que me prende
a esta prisão carnal!
De repente sinto o suave
e contundente empuxo...
Flutuo em inúmeros cículos
Alívio, desespero, esperança, trevas...
Vejo o sombrio lar
das almas angustiadas
em sangrenta disputa!
Emersas em profunda e sombria
habitação dos aflitos e deserdados
desesperançados, corações partidos...
O lar de todos que procuram
no crime, na morte, nos vícios
a razão da vida!
Diante de tão dantesca visão
suplico, rogo, clamo perdão...
Mais uma chance de alcançar iluminação!
E qual trovão ressoou
no Abismo a Voz soberana
de único Senhor
Cheia de autoridade, nobreza
clemência e piedade
atinge-me em cheio a despedaçada alma...
Conturbada, vacilante e criminosa
envergonho-me ao receber
o tão ardente desejo
De retornar em nova oportunidade
às lides e responsabilidades
vergonhosamente abandonadas...
Corrigir o erro, reformar o passado
recuperar o tempo perdido no
profundo e sombrio abismo da ignorância!
Ariadne
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