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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alimento




Na desesperada busca
por saciedade
rompo minhas veias
e sorvo o poluído, desgastado
e quase insípido sangue.

Que confere vida,
desejo, ânsia e dependência...
Necessito de seu calor
de seu sabor metálico
e viscosidade ardente!

Trancada em meu quarto
não encontro meios de saciar
a sede incontrolável e bebo-me
ansiosa, faminta, desesperada!
Mas não me satisfaço...

O sangue está insípido
desprovido da plenitude de um
vindo de alguém cheio de vida
frescor, sonhos, entusiasmo
alegria!

Desesperada na infrutífera
tentativa de fugir e obter
o precioso líquido rubro
quebro o espelho do banheiro
e findo meu martírio degolando-me.

Ainda pude ter nos
instantes finais
a adorada dor, o amado odor
a bela cor tingindo minha face
uma última vez!.



Ariadne

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